terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

vinte e um e sete dias

Antes de mais nada: parabéns pelas duas postagens seguidas.

Hoje enxerguei em mim alguns pecados. Não tem nada de dez mandamentos na minha vida, de forma alguma. Até porque, não respeitaria. Precisariam ser dez mandamentos seguidos de medidas administrativas e pontos na carteira. Se pagasse multa por desobedecer mandamentos estaria com a carteira cheia - mas só assim.

Mandamentos de menos, pecados de sobra. Essa é minha vida.

Peco porque não vejo, porque amarrei com força a máscara que proíbe entrada de luz. Decidi não ver as coisas que escapam meu controle. Decidi fechar os olhos, me lambuzar de tinta e sair colorindo, sem analisar a composição. Cor demais? Espaços vazios demais? Uma coisa é certa: há vários traços se encontrando formando belos desenhos.
Também não vejo alturas: a emoção da queda eriça os pelos e agita o estômago. Me acostumei a simplesmente me atirar. Não me importo mais com a altura. Gosto da leveza com que atinjo o fundo, sem pedras no calcanhar que me prendam e proíbam a respiração. Acho engraçado observar os galhos que tentam me segurar ao longo da queda. Geralmente estou embriagada demais de felicidade para questionar sobre os riscos.
No final sempre haverão novas trilhas por onde seguirei, tornando a máscara dos olhos ainda mais apertada, me poupando do eterno "e se..." que o caminho apresenta.

(isso tudo é ansiedade por ter me jogado de tão alto, dessa vez)